quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Portugueses na Premiere league

São 12 os portugueses que este ano vão jogar na Premier League. Poderá parecer um número algo diminuto, mas paradoxalmente é o comprovativo da qualidade crescente que é reconhecida mundialmente aos jogadores lusitanos. Num dos mais competitivos campeonatos do mundo, aquele onde se conjuga espectáculo/négócio, numa indústria gerador de milhões. Vai ser um ano de sortes distintas para todos...

Cristiano Ronaldo - Consensual. O melhor jogador do mundo, na actualidade. Alex Ferguson não esconde o orgulho na compra do madeirense, tendo visto, num jogo de preparação com os leões, todo o potencial que poderia extrair do extremo. Não demorou muito até Cristiano Ronaldo explodir, fazendo abrir a boca de espanto aos habitualmente sisudos ingleses. Nada parece capaz de o travar. Fisicamente poderoso, com uma notável capacidade de resistir à imensa pressão mediática de que é alvo, provou também ser psicologicamente indestrutível, aguentando estoicamente com a xenofobia dos tablóides das terras de sua majestade, que o procuraram crucificar depois do embate entre as selecções inglesa e portuguesa, num "quente" jogo do Mundial. Provavelmente, mais uma época intensa, com todo o brilho a que já nos habituou.

Nani - Época de aprendizagem para o jovem transferido do Sporting. Efectuou uma bela pré-temporada, obtendo inclusivé 3 golos, sendo lançado por Alex Ferguson na maioria das partidas efectuadas, sinal claro que o escocês vê nele outra pérola idêntica a Ronaldo. Com tempo, paciência e a sabedoria que lhe é reconhecida, a "velha raposa" criará, estou certo, outro extremo com qualidade. Tenho que confessar que, a acontecer esse cenário, considerarei o escocês uma espécie de milagreiro, pois nunca nutri grande admiração pelo jogador, considerando-o mesmo algo banal. A ver vamos, mas entre a minha opinião e a de Ferguson, qual acham que é a acertada? E não vale responder que é a minha:)

Ricardo Carvalho - Secunda Cristiano Ronaldo, em termos de qualidade e estatuto. Imprescindível no Chelsea, onde faz uma dupla fantástica com John Terry. Titular indiscutível, continuará a passear a sua classe nos relvados ingleses.

Paulo Ferreira - Tempos difíceis para o lateral-direito, descoberto por Mourinho na sua Setúbal natal. Depois de na temporada passada nunca ter sido uma opção válida, efectuou exibições intermitentes. Este ano, no jogo que abriu as hostilidades, viu a Supertaça na bancada, não tendo sido sequer convocado para o embate com o Manchester. Tem a forte concorrência de Glen Jonhson, Lassana Diarra - o francês vindo das reservas, que Mourinho gosta de utilizar naquele lugar - e do novato Ben Haim, capaz de fazer com segurança o posto de defesa direito. Inexplicável a ostracização a que está a ser votado por Mourinho, que o considerou, em 2004, o melhor lateral-direito do Mundo. Poderá nem ser, mas vendo as paupérrimas exibições de Glen Jonhson, torna-se algo incompreensível a sua ausência sistematica da titularidade. Ano difícil, pois...

Hilário - 3º guarda-redes do Chelsea e está tudo dito. Só uma cósmica conjugação de factores é que lhe dará a guarda da baliza dos blues londrinos. Mas, se já aconteceu essa mesma conjugação na época passada, quem sabe não acontece novamente?

De resto, resta-lhe treinar, pois a concorrência de Petr Cech e Cudicini é demasiada para Hilário.

Pedro Mendes - De pedra e cal na equipa do Portsmouth, deve continuar a merecer a confiança de Harry Redknapp, o experiente treinador que já demonstrou apreciar as qualidades do médio luso. Recomenda-se apenas que fuja a sete pés de Ben Tatcher, o brutal defesa que o agrediu violentamente na última temporada. No entanto, apesar das boas exibições esperadas, deverá continuar fora das escolhas de Scolari.

Nuno Valente - Continua no plantel de um dos históricos da Premiere League, o Everton. A contas com sucessivas debilidades físicas, poderá ver o seu capital de experiência e qualidade atraiçoado pelas lesões, que não o têm largado. Vai enfrentar a concorrência de Leighton Baines, um dos mais promissores defesas-esquerdos ingleses, oriundo do Wigan. Outro com vida difícil...

Boa-Morte - Um dos saltimbancos que vai resistindo por Inglaterra, tendo-se transferido para o West Ham no mercado de inverno de 2006. Extremo que faz da velocidade uma das suas principais armas, continuará a merecer a confiança dos londrinos. A titularidade espera-o, numa equipa que só não quererá passar pelos sobressaltos do último ano, em que lutou desesperadamente pela manutenção, até à última jornada. Luis Boa Morte é também o jogador luso com mais jogos e mais golos marcados, na Premiere League.

Ricardo Batista - Talvez o menos conhecido dos portugueses a actuar em Inglaterra. Guarda-redes, ex-Setúbal, deverá jogar uns minutos na Carling Cup e pouco mais. Tony Warner é o titular das redes do Fulham, tendo o antigo jogador sadino que contar ainda com a oposição do experiente Niemi na luta pela titularidade. Uma tarefa que se afigura ciclópica, estando no entanto o jogador luso bem cotado junto dos "toffees".

Ricardo Vaz Tê - Uma aposta cada vez mais consistente, tanto no ataque do Bolton, como nas selecções jovens. Tem vindo a evoluir favoravelmente, merecendo sempre rasgados elogios dos seus treinadores. Uma época que se espera de afirmação, pese a concorrência de Anelka na frente de ataque.

Ricardo Rocha - O defesa-central que se transferiu do Benfica não terá vida fácil no conjunto orientado por Martin Jol. O Tottenham, assumidamente candidato à qualificação para a Champions, contratou a jovem promessa francessa Kaboul, defesa-central, ex-Auxerre e habitué das selecções jovens francesas. Considerado um jogador com enorme potencial, o técnico holandês apostou nele de início para fazer dupla com Anthony Gardner, no embate com o Sunderland. Apesar da derrota, nenhum deles comprometeu. Resta a Ricardo a continuação do trabalho diário, sabendo que a quantidade de provas em que o clube londrino está envolvido abrirá, por certo, oportunidades de jogar e, quem sabe, a obtenção de um lugar a titular.

Manuel Fernandes - O mais novo reforço do Everton irá jogar num campeonato e numa equipa já conhecida, não devendo, por isso, ter qualquer problema na adaptação. Merecendo a confiança de Moyes, o carismático treinador dos "blues" de Liverpool, rapidamente chegará à titularidade, onde poderá repetir algumas das boas exibições efectuadas na época passada. Com características que se adequam na perfeição ao musculado "kick & rush" britânico, será certamente uma mais valia para o Everton. Uma excelente época em perspectiva...

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3 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo excelente blog que aqui tens. Excelentes textos - este é mais um exemplo - com uma enorme variedade de artigos. Um blog diferente, muito bem conseguido. O nº crescente de portugueses na liga inglesa reflecte bem o crescente sucesso - e qualidade . que os nossos jogadores grangearam por esse mundo fora. Concordo com a tua análise. O caso mais estranho é o de Paulo Ferreira, afastado da equipa pelo treinador que o considerava o melhor do mundo. Não está fácil a vida dele.

Um abraço,

Anónimo disse...

Que grande campeonato este que estamos a assistir. O Tottenham já com duas derrotas, os jogos de resultado imprevisível e uma armada de excelentes jogadores lusos que nos levam a ser adeptos de várias equipas. E hoje à mais. Venham eles:)

Anónimo disse...

Pois, sortes distintas para todos os portugueses, mas o que é de salientar é o número, que acho bem condizente com o prestígio que a nossa selecção já tem a nivel mundial. Se Ronaldo e Carvalho vão ser outra vez os indiscutíveis, existem ainda nomes a ter em conta, sobretudo esse resistente, Luis Boa Morte, sempre deixando boas indicações, sempre muito respeitado.

Bom trabalho,