sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Debaixo de fogo III


Martin Jol - O técnico holandês, depois de um quinto lugar na última edição da Premiere League, já fez saber que quer mais. O objectivo da nova temporada passa pela obtenção de um lugar que permita o acesso, directo ou indirecto, à Liga dos Campeões. Para isso, não se olharam a despesas para fortalecer um plantel já possuidor de muita qualidade. Os "Spurs", a 2ª equipa de Londres com mais adeptos, logo atrás do Arsenal, gastaram alguns milhões na contratação de Gareth Bale, jovem prodígio galês, resgatado ao secundário Southampton, para o lugar de defesa-esquerdo, e em Younes Kaboul, a quem muitos auguram um futuro radioso, na posição de defesa central. Não se ficaram por aqui os avultados investimentos. Darrent Bent, mortífero avançado com a camisola do Charlton, veio fazer companhia a um ataque que conta com nomes como Berbatov, Robbie Keane e Jermaine Defoe. Para fortalecer a zona nevrálgica do meio-campo, Boateng, ex-Hertha de Berlim, fará companhia a nomes sonantes como Jermaine Jenas ou Didier Zokora. Um plantel com qualidade abundante, fazendo sonhar os adeptos londrinos com algo mais. O início tem sido frustrante, com 3 derrotas averbadas em 4 jornadas, mas as expectativas continuam em alta, lá para os lados de White Hart Lane. Para o técnico holandês é que a pressão está a atingir o ponto de ebulição, com Juande Ramos, o técnico vitorioso do Sevilha, a dar conta de um convite efectuado...pela direcção do clube londrino.

Se o grande objectivo de entrar na mais elitista prova de clubes do velho continente falhar, resistirá Martin Jol, que tem a melhor média de vitórias no clube, nos últimos 20 anos, a um despedimento compulsivo? Algo que só o tempo poderá responder mas, existirá alguém que se importasse de ter a pressão do holandês, com a qualidade disponível?

Sven Goran Eriksson - O conhecido técnico sueco, que granjeou parte da sua fama ao serviço do Gotemburgo - onde conseguiu a proeza de erguer a Taça UEFA - e no Benfica, está de regresso a terras britânicas, depois da passagem pelo comando da Selecção Inglesa. Um enorme desafio para o experiente técnico, pois o modesto clube de Manchester parece pequeno para a ambição que sempre norteou a carreira, quase sem mácula, do sueco. Se nos lembrarmos, contudo, da já referida passagem pelo Gotemburgo, onde ainda hoje é reverenciado como um Deus, pelos anos de sucesso no Benfica, onde é tido como um D.Sebastião, com os adeptos encarnados esperando pela sua chegada num dia de nevoeiro, ou pelos italianos da Lázio, que conduziu à máxima glória interna, é com alguma curiosidade que se aguarda a sua marca no City. A pressão sobre o fleumático técnico será imensa, por parte dos execráveis tablóides ingleses, que já o tinham eleito como alvo principal no tempo em que ele ocupava o cargo de seleccionador. Atacado sem qualquer pudor, por uma imprensa intransigente, de vistas curtas e com tiques xenóbofos, Eriksson, mesmo assim, conseguiu razoáveis resultados na condução da selecção, caindo sempre, nas grandes competições, aos pés de Portugal, com o dramatismo que se conhece.

Com uma equipa que se orgulha da sua formação, dando ao plantel principal nomes como Micah Richards ou Onuoha, o dedo do sueco fez-se sentir na composição do plantel, rodeando a equipa da experiência e qualidade necessárias para fazer face a uma temporada intensa. Elano, internacional brasileiro, Martin Petrov, contratado ao Atlético de Madrid, e os avançados Bianchi e Bojinov,vindos do "calcio", acompanhados pelo"globetrotter" Geovanni, ex-Benfica, são garantes de qualidade, numa equipa cujo grande objectivo é a qualificação para uma comptição europeia. De resto, já se sabe e já foi dito, Eriksson estará certamente envolvido numa enorme pressão, algo a que ele estará habituado. Neste caso, independentemente dos resultados, a aposta do City no sagaz treinador deverá ser prorrogada por mais tempo, sobretudo pela injecção de dinheiro esperada, com a aquisição do clube por parte de (mais) um milionário tailândes.
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3 comentários:

Anónimo disse...

Paulo, fico sinceramente extasiado ao ler-te. Bons artigos, completos e abarcando de forma profunda a situação. Excelente. Qt ao artigo em si, julgo k Eriksson estará a coberto de alguma eventual chicotada, mas Martin Jol não deverá aguentar muito tempo, se continuar a perder. A margem de manobra já é curta.

Abraço,

Anónimo disse...

A cabeça de Jol já está no cepo e esta fim de semana pode ser o fim da linha para o holândes. Quem diria, depois das boas prestações anteriores, que o Tottenham andaria com estas aflições.
Quanto a Eriksson, a expectativa ficou demasiado elevada, com este arranque na Premier league. Se calhar, nem o sueco estaria à espera de tanto, mas tem uma equipa bem construida. Vamos a ver se eles aguentam a pedalada.

Abraço,

http://bolaazulinglaterra.blogspot.com/

Anónimo disse...

Eriksson é sempre garantia de trabalho sério e de qualidade. A carreira do Manchester, por isso, não me surpreende. Acredito que, se a época correr bem, com mais 2 ou 3 reforços, poderão discutir o título, no próximo ano. Foi assim na Lazio, e poderá ser assim em Inglaterra. Se o deixarem, pois como dizes a pressão da imprensa é terrível.

Abraço,